quarta-feira, 3 de março de 2010

Alcoolivro

Hoje tive vontade de dizer ao mundo que me embriaguei. E que retomei esse vício ontem de tarde. A mesa em que me sentei para beber termina em "ar", mas não é de bar, é de carteira escolar. Entre conversas descontraídas e trocas de imenso conteúdo, tomei um longo porre com meus colegas. É um vício de muitos anos, desde a mais tenra infância. A adega-biblioteca de casa sempre foi recheada de delícias irresistíveis e, não satisfeita com o que bebia na escola, bebia mais em casa. As festas-provas eram desculpa para farras intermináveis entre destilados-técnicos e fermentados-filosóficos. Para suportar o denso scotch-física, buscava o suavidade do vinho-poesia. E conseguia encontrar um jeito de sobreviver consumindo-os ao mesmo tempo. Ainda bem, porque troquei o scotch-física pela tequilarquitetura, que com sal-lápis e limão-papel me deixam horas acordada, embevecida. Mas o vinho-poesia continua companheiro para as horas em que nada mais apetece. Sim, sou alcóolivra e é bom que eu diga isso o quanto antes. Não posso passar perto de um livro que o abro, de uma livraria, que entro. Meu sonho é um dia doar todos os livros para a biblioteca e depois morrer. Mas ainda vou me embriagar muito antes disso.
p.s. A sala de aula da foto é do século XIX, na Noruega.

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